domingo, 24 de outubro de 2010

Questionários

Gente,

Seguem as questões para aplicação do questionário:

Roteiro para Pesquisa de Campo

Entrevista

Bloco 1

1. Mora ou trabalha no local?

2. Há quanto tempo?

3. Período do dia e da semana que vivencia o local?

Bloco 2

1. Tem algum som neste lugar que te chama a atenção? Por que?

2. Como as sonoridades (em geral barulho e ruído) afetam o seu dia-a-dia?

3. Sons relacionados a diferentes atividades: acordar, trabalhar, refeições, transporte e escola

4. Sons coletivos: Tem algum som que você diria que é marca deste lugar? Por que? Som específicos desta localidade?

5. Tem algum som “desaparecido” da comunidade? Sons ligados ao passado?

6. Sons afetivos:

· Som que você gosta?

· Sons insuportáveis?

· Sons que provocam emoções? Que tipo de emoções?

Bloco 3 (Música)

1. Que tipo de música está associada ao bairro?

2. Quais os locais que podem ser identificados com certos gêneros?

3. Quais as suas preferências musicais?

4. Elas são encontradas no bairro?

Dados pessoais:

· Nome;

· Faixa etária;

· Forma de contato;

· E-mail;

· Telefone, celular. (Ver se a pessoa está disponível para uma segunda entrevista)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Faça a Coisa Certa_Spike Lee


O filme mostra um dia num gueto de Nova York durante a década de 80, a música é claro, é o Hip-Hop que completa a atmosfera "abafada" da narrativa, é como se uma panela de pressão fosse explodir a qualquer segundo.
O filme dá enfase a questão da identidade, neste caso a identidade das minorias políticas e étnicas, negros, latinos, italo-americanos e asiáticos, que estão em conflito constante, e a disputa por demarcação de território.
O ponto alto é quando o dono da pizzaria italiana destroi o rádio estéreo de um personagem emblemático da comunidade negra e estoura uma revolta.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O possível grito.


Na maioria das expressões artísticas visuais, é pouco provável a obra remeter à sua possível capacidade sonora. Entretanto em "O Grito", a popular obra de Edvard Munch, além de transpor sentimentos de angústia e desespero, caracterizados precisamente pelo pintor, o quadro está atravessado por um dialogismo entre o visual e uma sonoridade idealizada. Quando se avista uma obra de tal linguagem expressionista, não se imagina o provável som emitido? E se o quadro possuísse caixas de som no decorrer de sua extremidades? No momento de sua realização, Munch não possuía tais tipos de recursos, contudo o mesmo exemplificou de forma genial como o som é um elemento singular e fundamental no espaço circundante, desde a intitulação da obra até as técnicas finais para torná-la tão impactante.


Post by Pollyane

domingo, 29 de agosto de 2010

Paisagens sonoras, Sons Fundamentais, Marcas e Sinais Sonoros


Paisagem sonora consiste em eventos ouvidos, como um retrato de certo ambiente naquele momento, tanto em níveis micro, como macro. Seja o som de uma sala de aula com professor e alunos ou uma multidão de torcedores num estádio como o Maracanã, ambos os eventos configuram uma paisagem sonora. Mas diferente do retrato, é muito mais difícil de “captar” uma paisagem sonora, pois ela tem uma noção maior de conjunto, um gravador, ou um microfone não dão conta de capturar todo esse evento, eles funcionam como um zoom, captando apenas alguns elementos.
Sons fundamentais; sons de fundo, sons fundantes, que são compartilhados coletivamente numa sociedade. O som do mar para pessoas que sempre moraram perto da praia, por exemplo, som que pala elas é normal, natural, que faz parte de suas vidas, suas culturas. O som do trem passando para aquelas pessoas que vivem perto dos trilhos, o barulho da chuva, do vento, dos animais.
Marcas e sinais sonoros; o apito do guarda de trânsito é um sinal sonoro, ele chama atenção dos pedestres e motoristas, para a figura do guarda que tenta organizar o trânsito, a buzina, o sinal das escolas, que marcam a hora de entrada e saída, assim como os intervalos, o sino nas igrejas, etc. todos esses são sinais sonoros embora também funcionem como marcas. As marcas sonoras estão mais ligadas às características de determinado contexto e lugar, o sino da igreja pode ser uma marca sonora relevante para aquela paisagem, imagina um lugar onde o sino da capela é considerado com uma sonoridade única, e as pessoas daquele lugar dêem o maio valor a isso. O som do apito do trem, pode ser um sinal, mas é também mais fortemente uma marca.

Natália Ribeiro, Polyane e Eduardo

Revolução Industrial, Paisagem Sonora e Esquizofonias


Segundo Murray Schafer, a Revolução Industrial atuou drasticamente na mudança das paisagens sonoras em regiões onde o setor da indústria se desenvolveu - o que nos dias de hoje é praticamente toda parte. O nível de ruído renitente se alastrou submetendo a população ao que o autor chama de "paisagem sonora lo-fi", caracterizada por sons contínuos, graves e de baixa frequência, contribuindo para que os expostos desenvolvam uma propensão à letargia. É por considerar este contexto nocivo e, portanto, opressivo é que Schafer entende tal existência como paisagem condenável, inserindo-a no âmbito da poluição sonora.

Não apenas a Revolução Industrial foi responsável pelas mudanças aflitivas no ambiente sonoro. A difusão das novas tecnologias entre a população expandiu-nos da categoria de experimentadores deixando espaço para nos assumirmos, também, enquanto produtores de sons com poderio preservado. O fenômeno da esquizofonia, “rompimento entre um som original e sua transmissão ou reprodução eletroacústica”, possui relação direta com essa esfera. Pois o aparato tecnológico disponível permite dissociar o som do espaço e tempo em que este é produzido originalmente, possibilitando até mesmo a alternativa para a criação de novas sonoridades. Esse aglomerado de sons, porém, se dispostos de forma confusa, pode desviar em poluição sonora, tal qual como constatado nas paisagens sonoras do período de industrialização e que ainda ecoam em nossos dias.


Eduardo Pedreira, Natalia Dias,
Tatiana Vargas e Verena Duarte.

Um aparte literário para uma Paisagem Sonora do contexto da Revolução Industrial


No caso, o trecho é do livro "Germinal", do escritor francês Émile Zola, e retrata o drama dos trabalhadores das minas de carvão que trabalhavam para alimentar a indútrias movidas pela máquina à vapor.

"Lentamente, Estevão tornou à sala de recepção. Atordoava-o aquele esvoaçar gigante, por cima da cabeça. E, tiritando por causa das correntes de ar, olhou a manobra dos vagões. Ao pé do poço, funcionava o sinal, um pesado martelo de alavanca, que uma corda puxada debaixo fazia cair sobre uma bigorna. Uma pancada para cessar, duas para descer, três para subir; aquilo era feito ininterruptamente, como pancadas de clava dominando o tumulto, acompanhadas de um claro tilintar de campainha; enquanto o carregador, dirigindo a manobra, recrudescia ainda mais o barulho, gritando à um porta voz ordens para o maquinista. As gáveas, no meio daquela inferneira, apareciam e desapareciam, despejavam-se e tornavam-se a encher, sem que Estevão percebesse nada daqueles serviços complicados.

Não compreendia senão uma coisa: - o poço engulia os homens aos bocados de vinte e trinta, e com tão cômodas mastigadelas, que nem parecia sentí-los na garganta. A descida dos operário começava às quatro. Vinham da barraca, descalços, com as lanternas na mão, esperando em grupos, até completarem o número suficiente. Sem um rumor, como um salto de animal noturno, a gávea de ferro surgia do escuro e firmava-se nos trebelhos, com seus quatro andares contendo cada um dois vagões abaulados de carvão. Nos diferentes patamares, carregadores tiravam os vagões e substituíam-nos por outros vazios, ou já carregados de madeira para os cortes. E era nos vagões vazios que se empilhavam os operários, cinco a cinco, até quarenta de uma vez, quando tomavam todos os compartimentos. Um empregado gritava ao porta-voz, enquanto se puxava quatro vezes a corda do sinal de baixo, tocando a "carniça", para prevenir aquele carregamento de carne humana. Depois, com um breve solavanco, a gávea afundava-se, silenciosa, e caía como uma pedra, deixando apenas atrás de si a fuga vibrante do cabo. "

domingo, 22 de agosto de 2010

Programa de Mídias Sonoras II - Paisagens Sonoras


Nome da disciplina - Oficina de Mídias Sonoras II

Nome do curso: Paisagens Sonoras e Mediações Tecnológicas
Horário: Segundas-feiras: das 14 as 18 h

Resumo da proposta: o curso tem objetivos teóricos e práticos. Como objetivos teóricos centrais, busca refletir sobre as categorias de som, ruído e música, a partir da noção de paisagem sonora (de Murray Schafer); sobre o papel das mediações das tecnologias na produção de sonoridades, em especial através das mídias locativas. e plataformas musicais. E ainda sobre a relação entre música, identidades, memória e redes sociais.
Como objetivo prático principal, pretende-se criar o piloto do projeto: Paisagens Sonoras do Rio de Janeiro. Este projeto pretende desenvolver um mapa virtual, disponível em plataforma online, articulando narrativas, afetos e memória ligada à música, sonoridades e ruídos nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói, a partir de pesquisa de campo com habitantes. A oficina oferecida pretende envolver os alunos nas diversas etapas de planejamento, pesquisa e produção ligadas ao projeto.


Programa:
Aula de 16/08

Apresentação do Programa e proposta do curso

Unidade I – Som, Música, identidade e memória

I.1 ) Introdução aos Estudos de Som; paisagens sonoras – sons fundamentais, marcas sonoras e sinais (Schafer; Corbin) – 23/08
I.2 ) Culturas musicais de nicho e identidades coletivas – Documentário “Metal” – 30/08
I.3) Música como “tecnologia do self” (De Nora) – 13/09 – Filme: Alta Fidelidade
I,4) Poder, autoridade – Filme “Faça a coisa certa”


Unidade II ) A construção cultural das sonoridades – som, música, ruídos e tecnologias

3.1 – Construção cultural da escuta mediada tecnologicamente (Sterne. Cap. 5) – 20/09
3.2 – Breve história do ruído no século XX (Filme: Modulations) – 27/09

Obs: em paralelo, discussão sobre as etapas de produção da plataforma musical

Unidade III) Tecnologias móveis recriando as paisagens sonoras e as identidades

III.1 - Mídias locativas, reterritorializações e espaços urbano (texto de André Lemos) 04/10

III.2) Plataformas musicais e identidades – Tags e Folksonomia (texto de Simone Sá e de Adriana Amaral) – 18/10

III. 3 – Práticas de Fansourcing (Texto de Adriana Amaral) – 25/10

Unidade IV – Pesquisa e produção do piloto do projeto: Paisagens Sonoras do RJ

(Aulas: 08/11;22/11; 28/11)

Conclusão – Apresentação dos resultados – 06/12

Bibliografia:

Amaral, Adriana – Práticas de fansourcing: estratégias de mobilização e curadoria musical nas plataformas musicais. In: Sá, Simone Pereira de (org) – Rumos da Cultura da Música – Negócios estéticas, linguagens e audibilidades. Porto Alegre, Ed. Sulina. 2010

CORBAIN, Alain - The auditory markers of the village. In: BULL, Michael & Back, Les – The Auditory Culture Reader. Berg Pub., Oxford and New York, 2003. pp 117-126

DE NORA, Tia – Music in everyday life.Cambrige Univ Press, New York, EUA. 2000.

Lemos, André – Cidade e mobilidade. Telefones celulares, funções pós-massivas
e territórios informacionais. In: Revista Matrizes. São Paulo, n.1. out. 2007. PP- 121-137.

McSwain, rebecca – The Social Reconstruction of a reverse salient in electric guitar technology: noise, the solid body, and Jimi Hendrix. In: Brown, Hans-Joachim (org) Musica and technology in the twentieth century. Pp 121-135. Baltimore and London, Johan Hopkins Univ. Press, 2002

Pereira, Vinicius e Castanheira, José Cláudio – Mais grave! Como as tecnologias midiáticas afetam as sensorialidades auditivas e os códigos sonoros contemporâneos.In: XVIII Encontro da Compós. 2009, BH, PUC-MG.

Pereira, Vinicius at al – Simbiotecnoises: ruídos extremos na cultura do entretenimento. . In: Sá, Simone Pereira de (org) – Rumos da Cultura da Música – Negócios, estéticas, linguagens e audibilidades. Porto Alegre, Ed. Sulina. 2010.

Sá, Simone Pereira de – A trilha sonora de uma história silenciosa: som, música, audibilidades e tecnologias na perspectiva dos Estudos de Som. In: Sá, Simone Pereira de (org) – Rumos da Cultura da Música – Negócios estéticas, linguagens e audibilidades. Porto Alegre, Ed. Sulina. 2010.

_________________ - Se vc gosta de Madonna também vai gostar de Britney. Ou não?! Gêneros e disputas simbólica nos sistemas de recomendação musical. In: Anais do XVIII Encontro da Compós. 2009, BH, PUC-MG.

Schafer, Murray – A afinação do mundo. Uma exploração pela história passada e pelo atual estado do mais negligenciado aspecto do nosso ambiente: a paisagem sonora.Ed. UNESP, São Paulo, 2003.

Mapas Sonoros


http://cartografiassonoras.org

http:// www.soundseeker.org

http://www.escoitar.org

Cali Paisage Sonoro (www.icesi.edu.co)

berlin wall of sound


http://www.freesound.org

http://www.eumus.edu.uy/ps


http://vbexiste.blogspot.com/