segunda-feira, 30 de novembro de 2009

DJ Hero, além de um jogo




A entrada de DJ Hero no mercado de games, demonstra uma demanda e um aumento do interesse do público geral pela música eletrônica. Mais um marco na caminhada desse estilo musical saindo de um nicho específico, e se fazendo cada vez mais presente no cenário musical global.

Mas, o que é DJ Hero?

Em poucas palavras: É o Guitar Hero dos DJ’s.

Nos mesmos moldes do jogo em que um mortal qualquer pode realizar seu sonho de tocar um solo de guitarra como o de “Free Bird”(da banda Lynyrd Synyrd) sem precisar fazer aulas de guitarra. O DJ Hero apresenta a todos que já tiveram a curiosidade de se imaginar como um DJ de uma festa, a possibilidade de fingir saber como misturar duas músicas em um mash-up sem necessariamente saber alguma coisa sobre mixagem e, mais importante, sem passar vergonha.

Eu particularmente não tive ainda a oportunidade de tentar descobrir se levo algum jeito como DJ, mas, segundo as reviews do DJ Hero pelos sites da Wired e Gizmag, a experiência de jogo do DJ Hero é extremamente fiel ao trabalho real de mixagem de uma faixa de música eletrônica. O cuidado aos detalhes na criação da mesa de DJ “de brinquedo” é tão grande, que o jornalista da Gizmag, Tim Hanlon(que, segundo o próprio, é um DJ amador nas horas vagas) em sua review diz não se surpreender se alguém conseguisse fazer com que o controle do game funcionasse junto de algum software de mixagem.

Isso me fez refletir se DJ Hero seria apenas um novo jogo, ou poderia ser até,talvez, um novo instrumento musical? Quando falei anteriormente no blog sobre música eletrônica, estava comentando o documentário “Modulations”. Uma fala comum entre os DJs entrevistados no documentário era que a música eletrônica se baseava em um desejo contínuo de inovação e experimentação. Um dos entrevistados compara o DJ com uma criança que está sempre achando maneiras diferentes de brincar com um mesmo brinquedo, que no caso do DJ, é o som.

Nesse espírito de inovação contínua, nada mais natural que aceitar o jogo DJ Hero como mais que um mero brinquedo de repetição de faixas pré-definidas, mas também, uma nova forma de experimentação musical. Um modo diferente de apreciação do que dançar ao som de uma música eletrônica em uma festa, mas que é tão válido quanto.



(para outras músicas de DJ Hero, veja o site do jogo ou o youtube oficial)


Postado por: Carolina Câmara


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Música para dançar


Modulations – Cinema para os ouvidos é um documentário de Iara Lee que explora a história da música eletrônica. 
Música eletrônica é toda música que é criada ou modificada através do uso de equipamentos e instrumentos eletrônicos, tais como sintetizadores, gravadores digitais ou computadores. A forma de composição é geralmente intuitiva e pode ser feita inclusive por quem tem pouca experiência musical. 
Por definição, música eletrônica é toda música criada através do uso de equipamentos e instrumentos eletrônicos. A partir da grande popularização da música eletrônica dançante a partir da década de 1980, esta passou a ser considerada para ela e o público em geral como sendo música eletrônica.
A década de 80 e as seguintes foram marcadas pelo surgimento da música eletrônica dançante, ocasionando novas ramificações tais como: Techno, trance, house.
O interessante não só do filme, mas como da música em si é que não adianta você ouvir a música, a intenção dos DJs de música eletrônica é fazer a pessoa sentir a música no corpo, proporcionar sensações diferentes e fazer dançar.
Segundo um DJ, eles não são músicos, mas sim, artistas de colagem. Esta é a relação que os próprios têm com a música que fazem. De acordo com outro DJ do filme a música eletrônica é um reflexo muito direto do ambiente. Afinal, nas palavras deles “Sons estão acontecendo ininterruptamente esteja você produzindo-o ou não.”
O trabalho de um bom DJ precisa ser dinâmico para que seja viável criar diferentes sons. Sintetizadores eram usados para criar sons totalmente novos. 
O estilo sofre críticas. Alguns consideram a arte da música apenas aquela que possa trazer sentimentos de uma forma não sistemática através de instrumentos musicais manipulados fisicamente. Para eles, o processo de manipulação de faixas de música anteriores, envolvendo mixagens, é somente cópia.

Em busca da experiência perfeita

O engraçado em refletir sobre música eletrônica é que, ela é um tipo de música que não pede do seu ouvinte que reflita sobre ela. A música eletrônica é feita para fazer sentir, e não pensar. É um estilo musical de sensações, onde as misturas e batidas tem o propósito de criar uma experiência, sendo o grande desafio dos Djs de música eletrônica criar experiências novas, e sempre diferentes daquilo que outros, e eles mesmos, já fizeram.


Esse desafio de criar novas experiências vem acompanhado de um desejo de experimentação e inovação contínuo. A habilidade de transformar sons que, aparentemente, nunca seriam imaginados dentro de uma música, como o som do acelerador de um carro ou de uma máquina de lavar roupa, nasce da filosofia presente dentro do meio eletrônico de buscar atingir uma liberdade musical através do uso de tecnologias. E, não se detendo somente aos efeitos sonoros, a música eletrônica também se propõe a experimentar dentro do campo visual, tudo em busca da inovação dentro do campo das sensações. Misturar, sintetizar, mixar e remixar são termos e ações do dia-a-dia de um DJ, que vê toda tecnologia como uma tecnologia em potencial, e todo som presente no ambiente como um pedaço de música em potencial.


A experimentação pode ser a palavra de ordem dentro do meio eletrônico, porém, outro ingrediente vital para a produção de uma música eletrônica é a diversão. É necessário possuir um desprendimento infantil dos conceitos e costumes para ficar aberto à novas combinações e novas maneiras de ouvir um mesmo som. Como uma criança numa caixa de areia, que molda a areia de várias formas diferentes, o DJ usa a tecnologia para moldar uma música. E, essa diversão se completa com a preocupação com o momento instantâneo da reprodução da música. Essa preocupação é fazer com que o momento em que a música for tocada, ela envolva o ouvinte, que não é passivo à essa música, mas que se joga e se imerge dentro dela. E, a partir daí se transforma em uma experiência.

E, para não ficar só na teoria, deixo aqui um exemplo de combinação em experimentação, diversão e inovação que só uma música eletrônica têm!



Por: Carolina Câmara

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sons, mashups e música eletrônica


Os grandes avanços tecnológicos no âmbito musical proporcionaram a criação e experimentação de uma diversidade de novos sons. Se antigamente, com os primeiros aparatos sonoros como, por exemplo, o Fonógrafo e o Gramofone, as sonoridades estavam restritas a serem apenas gravadas e reproduzidas, atualmente, com aparelhos como os sintetizadores, o som pode facilmente ser manipulado, de forma que não é mais prioridade que o som seja inteiramente fiel ao original.



Com esses novos modos de criação de música, os “mashups¹”, colagens, remixes, etc, surgiram novos estilos musicais a partir de uma espécie de matriz.



Ainda hoje, há um preconceito com a música eletrônica pelo fato dela não usar, necessariamente, instrumentos acústicos ou seguir a estrutura da música massiva tradicional (introdução - estrofe - ponte - solo), mas que está bastante popularizada ao redor do mundo.



Free Image Hosting at www.ImageShack.us





Exemplo de mashup:

http://www.youtube.com/watch?v=Wl85yq_k0V0



¹-Mashup Music é a mistura de duas ou mais músicas dentro da uma mesma música.

Grupo: Felippe Alvaro, Leticia Xavier e Milton Batista