quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O ser humano se torna parte da música e a música se torna parte do ser humano

(Jonatas de Sá)

O som é capaz de trazer determinadas sensações aos 5 sentidos do ser humano. A frequência determinada, em certo espaço de tempo é capaz de gerar sensações estranhas ou não, alucinantes ou relaxantes. Quando se trata de música/som, devemos pensar em movimento. Mas por que movimento? Trata-se tanto de movimento de grupos ligados a certos gêneros/estilos musicais quanto o movimento no seu sentido literal. Estou falando de movimentos Punk, Rock, Hip-Hop, Funk... e principalmente o eletrônico; a batida; o “tuntz-tuntz!”. De qualquer forma esses movimentos estão interligados, sendo que um complementa o outro, com suas apropriações e reapropriações. Falo também do ‘MOVIMENTO Corporal’, a dança de diferentes maneiras de curtição do som produzido, criado, incorporado, hibridizado.

Assim como movimentos de músicas mixadas, “embaralhadas”, cortadas, hibridizadas, juntas... Isto tudo gera estudos de cientistas (experts) do som, na qual é analisado esse “movimento” rico de poder de criação que o som possui. Juntamente com os movimentos juvenis as músicas/o som tem o poder de criar identidades. O mover de um ritmo, move a sensação, produz um desejo de movimentação de acordo com aquela música que te faz lembrar de um determinado tempo e lugar. Gerando a sinapse. Os pés, a cabeça começam a se mexer, o sangue talvez esquenta mais e quando tomamos conta, o som tomou parte de nós. O ser humano se torna parte da música e a música se torna parte do ser humano. Com a música eletrônica facilmente podemos perceber esse ciclo. Este movimento do corpo pode ser percebido em locais montados para tal movimentação. As Raves que contagiaram todo o mundo, ou parte dele, tem celebrado essa cultura do som, onde DJs apresentam-se com seus sons mixados e embaralhados, no sentido positivo da palavra, músicas de sucesso, Hits que alucinam e geram o entretenimento a quem curte o som (ouvir a batida e movimentar-se com o movimento do “tuntz-tuntz!”).

O movimento da música eletrônica é o tema central do documentário de 1998 de Iara Lee – MODULATIONS - que traça discussões como concepções de música, experimentações de sons, história da música eletrônica, pontos de vista do que seria a tal eletronic music com análises de DJs e suas mixagens; questões de manipulação de gravações de outros autores e apropriação de aparatos técnicos e sintetizadores gerando ou reformulando sons. Assim como discussões também do ser ou não ser música eletrônica. Tudo isso girando em torno do mundo do som (técnicas de áudio, produção de novos sons com uso de novas tecnologias). É a evolução da música eletrônica e sua história ao longo dos anos que Iara retrata.
Podemos perceber que o documentário é composto por turbilhões de imagens coloridas e sons/batidas da música eletrônica. Ritmo corrido, mudanças e misturas rápidas de imagens, cores ao fundo, cortes e colagens que fazem uma alusão ao som em questão, ajudando a responder o que seria a música eletrônica que é a TRILHA SONORA do documentário.
Muitos vêem música eletrônica como música barulhenta e alucinante, não considero como um som barulhento, mas como alucinante é fato. Ela carrega consigo um poder de transformar sensações, assim como muitos outros gêneros musicais.
Para quem gosta de música, especialmente música eletrônica/ruídos; movimentos jovens... Deve assistir esse filme.
O som é movimento!

modulação
de acordo com o dicionário Michaelis®
Transição de uma tonalidade a outra; inflexão da voz; melodia;modulação da freqüência da onda condutora, de acordo com a fala ou sinal.
Variação de uma característica (como amplitude, freqüência ou fase) da onda condutora de um sinal, para transmissão de informação, usada em telegrafia, telefonia, rádio e televisão. Tudo relacionado ao SOM.
Penso que Modulação seja: Módulo – Modo do som agir – Mudança (freqüência modificada)

Nenhum comentário:

Postar um comentário