terça-feira, 13 de outubro de 2009

Som – infinito, onipresente e eletrônico.

"Modulations" (1998), de Lara Lee, é um documentário futurístico sobre machine music ou música de máquina.

A diretora combina uma explicação detalhada da evolução de música eletrônica de Karlheinz Stockhausen e John Cage por disco, house, jungle, entre outros gêneros, com imagens um tanto quanto caóticas: gráficos de computador, high-speed cityscapes, luzes, e apaixonados pelo movimento no mundo inteiro. Não é à toa a forte presença do visual conectado à música quando se trata de música eletrônica. Luzes, cores, néon. Nessa atmosfera, som e imagem não são pensados como coisas separadas.

O documentário dá credibilidade e validez à cultura da música eletrônica, que, embora tenha tido sua “onda” nos anos 90, surgiu bem antes, na década de 30/40, criando uma forma peculiar de produção musical. Lara Lee argumenta que os sons não são limitados, temos uma variedade infinita de barulhos e sons que, de alguma forma, compõem música. Podemos buscar a tecnologia, os sintetizadores para criação, substituindo o instrumento acústico ou trabalhando junto com ele.

Além disso, o doc. toca em questões filosóficas sobre tecnologia, como alienação em função da tecnologia e a questão da conectividade entre as pessoas. Também podemos ver como um pequeno estudo sociológico das condições que conduziram ao nascimento dos múltiplos gêneros da música eletrônica.

"Modulations" nos faz pensar em como o espetáculo computadorizado e a nossa sobrecarga sensorial está em toda parte, e como toda essa carga contribui, está presente e pode compor a música eletrônica.


Por Andressa Lacerda, Érika Xavier e Gyssele Mendes

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