domingo, 24 de maio de 2009

RJDJ - O Som dos Espaços Urbanos

Oi Pessoal, ainda sobre as questões da última aula sobre iPods, celulares e as tendências de privatização e mobilidade da escuta sonora, segue um exemplo interessante que parece problematizar os argumento apresentados por Michael Bull. Enquanto o autor aponta a "bolha acústica" desenvolvida pelos aparelhos móveis de reprodução sonora como uma busca pelo isolamento e um bloqueio dos espaços urbanos e suas intervenções, eis que um software desenvolvido para iPods Touch e iPhones sugere uma relação ainda mais estreita entre som e cidade.

Trata-se do programa RJDJ que é capaz de produzir trilhas sonoras aleatórias a partir dos sons (ruídos, barulhos, vozes e tudo mais que se possa ouvir) encontrado nos ambientes em que o usuário esteja atravessando. Nesse link, dá prá ter mais informações sobre o software e visualizar o display. O recurso é descrito por usuários como a nova geração do Walkman. "Think of RjDj as the next generation of walkman or mp3 player. Instead of playing the same music again and again it generates what you hear on the fly".

A questão é que essa função do iPhone/iPod, embora possa ser pensada como mais uma forma de experiência acústica personalizada (trilhas sonoras exclusivas produzidas a partir do ambiente em que o usuário está localizado), a partir do momento que o RJDJ funciona em "diálogo" com o ambiente (captando sons aleatórios e os transformando em trilhas sonoras) o gadget também sugere que o espaço urbano não precisa desaparecer ou ser isolado, é dele a matéria prima da trilha sonora, é o ambiente e sua poluição sonora que possibilitará a experiência acústica. De qualquer forma, não podemos esquecer que mais uma vez o ambiente urbano é experimentado de forma mediada. Bull poderia alegar que o som da cidade só se mostra bem vindo a partir do momento que passa por essa mediação do software. Enfim, não tenho opinião formada, aceito sugestões. Abaixo tem uma pequena demontração dos recursos do RJDJ.



Um comentário:

  1. Interessante o fato de ele comparar o que o novo aplicativo faz com as drogas: modificar a percepção da realidade.

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