quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

As falácias do som e as sonoridades nos filmes de horror

Por Raphael Mesquita

O som no cinema é um assunto muitas vezes deixado de lado, ou adotado como natural, ou seguido com alguns olhares preconceituosos, pois muitos reivindicam a imagem como sendo o principal no filme, além de dizer que ela é a natureza primordial, enquanto o som pode ser apenas um acessório a mais. Outros dizem que a imagem é editada e produzida, enquanto o som é a reprodução fiel e real.
No entanto, essas “falácias” são colocadas em cheque quando estudamos um gênero específico de filme e atentamos à sua sonoridade.
Escolhi o gênero horror por achar que ele é o principal para se estudar as sonoridades, pois nele, tudo é mais exacerbado, alterado e às vezes exagerado, tanto no que tange à imagem, quanto no que tange ao som, pois ele é considerado um gênero do corpo, e como tal, causam as reações na nossa própria pele, tanto de espanto e horror com a imagem, quanto de impacto e medo com a sonoridade.
Segundo William Whittington, os filmes de horror seriam considerados desconexos e sem sentido se não houvesse a trilha sonora e as sonoridades, pois o que causa a reação no espectador, o que conduz a narrativa para o momento de seu ápice e o que provoca a sensação no nosso corpo é a sonoridade e a musicalidade dele.
A sonoridade no horror e em outros gêneros é usado c]para unir a narrativa com a sensação que quer ser provocada, se não fosse por ela, as cenas seriam apenas imagens sem coerência e sem provocar no nosso corpo a reação de horror.
Se não fosse pelo som de passos numa cena de suspense, um vento que passa em uma árvore ou o som de um demônio gritando (no caso do Exorcista), as sensações provocadas em nosso corpo não afirmariam que esse gênero e um gênero visceral e provocador de impactos de horror no nosso corpo.
Com isso, concluo que para a compreensão de um filme, assim como a imagem, o som também tem a sua importância. Porém, acredito que não deve haver a separação entre o som e a imagem, mas sim a união dos dois para que os argumentos não caiam nas falácias e não beira a erros muitas vezes preconceituosos, pois tanto o som como a imagem sã produzidos e convencionados para dar o sentido da narrativa e um só se torna possível com o auxílio do outro.

Trabalho Completo!

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